A referência quando se trata de capoeira, são os berimbaus.
Na roda de capoeira o berimbau é o instrumento que começa, comanda e termina a
roda. Através dele são ditadas as regras, criado o clima e estipulada a
velocidade e o estilo do jogo. É, portanto, indispensável sua utilização. Feito
com um arco de madeira (chamado de verga ou biriba) e um fio de arame preso em
ambas às extremidades; uma cabaça com uma abertura é presa por um pedaço de
corda à parte inferior externa deste arco (aproximados vinte a vinte e cinco
centímetros da ponta do instrumento), essa corda também é utilizada em volta do
fio de arame, para que quando pressionada altere o som do fio. Os tons se
modificam conforme o músico aproxima e distancia a cabaça de seu corpo,
fechando e abrindo a entrada de ar no buraco. O instrumento é tocado com o
auxílio de uma baqueta (vareta para tocar o fio), um caxixi, um dobrão
(segurado contra o arame). São três os tipos de berimbaus e eles diferem entre
si, pelo tamanho das suas cabaças e pelo passo de som que criam. Estão dispostos
a seguir de acordo com a ordem em que são tocados: gunga; primeiro a ser
tocado, é o maior tipo de berimbau (cabaça maior), produz um tom baixo de som
(mais grosso), e tem por objetivo marcar o toque e o ritmo, raramente executa
uma virada durante a melodia. Logo em seguida, vem o médio (ou simplesmente
“berimbau”, ou de centro); seu tocador é aquele que coordena o toque, dando
também a senha para a saída do jogo, seu som dobra em cima do ritmo básico do
gunga, possuindo tom regulado entre o grave dele e o agudo do violinha, sua
afinação é mediana, permitindo que a melodia produzida torne-se o solo da
música, ao seu tocador, são permitidas execuções de viradas e alguns toques de
repique, desde que moderados, para não correr o risco de destoar do gunga ou
abafar o viola (pois seu som é de apoio ao do gunga e base ao do violinha,
sendo aquele que determina o toque que será feito na roda). Por último o viola
(ou violinha); o menor dos três berimbaus produz o campo sonoro mais elevado
dentre os três modelos, sua cabaça pequena é bem raspada por dentro com o
intuito de ficar fina, possui o som mais agudo (é baseado ao do gunga e ao do
médio ao mesmo tempo) e seu papel é o de executar as viradas e floreios dentro
da melodia (faz “contratoques” e improvisos), enfeitando a música da roda.
O pandeiro é um instrumento
musical de percussão. Trata-se de uma moldura
arredondada feita de madeira, com pares de discos de metal no seu arredor e uma
pele animal (couro) ou cabeça de plástico (nylon), podendo ser encontrado em diversos
tamanhos, sendo que os de dez e doze polegadas são os mais comuns. As peles de
couro animal propagam um som de melhor qualidade se comparadas às de plástico,
contudo, sua afinação pode ser alterada devido a alterações climáticas; por não
gerarem tal problema, as peles de nylon são mais encontradas. Para tocá-lo é
requerida determinada técnica, geralmente o instrumento é segurado por uma mão
enquanto a ponta dos dedos da outra, seu polegar e base são usados para criar
sons na parte de cima da pele. Após o berimbau, o pandeiro é o segundo
instrumento de maior dominância e relevância na arte capoeirista, sendo
utilizadas duas unidades do instrumento. O som cadenciado criado pelo pandeiro acrescenta
“molejo” à roda de capoeira, devido a isso, o tocador de pandeiro pode executar
viradas e floreios para enfeitar a música.
Atabaques são
feitos de ripas largas cortadas de madeiras como mogno, jacarandá e cedro,
presas umas às outras por arcos de ferro de diâmetros diferenciados entre si,
essas características geram o formato cônico-cilíndrico do instrumento - quando
analisado da sua base ao seu topo. Em sua parte mais larga “travas” prendem o
couro de boi bem curtido e bastante esticado à superfície. Este instrumento é
responsável por marcar o ritmo das batidas ao longo do jogo. O atabaque
acompanha o solo do berimbau junto ao pandeiro. Há evidências, contudo, de que
o atabaque fora empregado na capoeira antes mesmo do berimbau.
Um agogô é formado geralmente
por um par de cones de material metálico (podendo também ser composto por
apenas um “sino” ou múltiplos “sinos”), ambos os cones são ocos e não possuem
base, cada cone possui um tamanho diferente em relação ao outro (sendo
normalmente um menor e outro maior), e são unidos entre si pelos seus vértices,
por um arco feito de material semelhante. O som deste instrumento é extraído através
de pequenas batidas feitas com uma baqueta de madeira em ambas as bocas de
ferro do agogô (chamadas de campânulas), que ao vibrarem, provocam o som no
instrumento, dispensando a necessidade de uma tensão. Existem diferentes tipos
de agogôs como: o agogô de ogã, agogô de cobre,
agogô de castanha do pará, agogô de coco queimado, agogô de cabaça,
agogô de semente e
o agogô de coco lixado.
Postado por: Bertha Jiran Flecha Ribeiro
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