Roda de capoeira

Roda de capoeira

Ínicio

Capoeira e inclusão social

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Conhecendo melhor a capoeira por meio de seus instrumentos

Em uma roda de capoeira são utilizados geralmente os seguintes instrumentos: três berimbaus (gunga, médio e viola), dois pandeiros, um atabaque e um agogô, que somados aos cantos e às palmas dos componentes da roda, criam a vibração no jogo, que influencia a todos. Abaixo seguem descrições dos instrumentos musicais anteriormente citados.
A referência quando se trata de capoeira, são os berimbaus. Na roda de capoeira o berimbau é o instrumento que começa, comanda e termina a roda. Através dele são ditadas as regras, criado o clima e estipulada a velocidade e o estilo do jogo. É, portanto, indispensável sua utilização. Feito com um arco de madeira (chamado de verga ou biriba) e um fio de arame preso em ambas às extremidades; uma cabaça com uma abertura é presa por um pedaço de corda à parte inferior externa deste arco (aproximados vinte a vinte e cinco centímetros da ponta do instrumento), essa corda também é utilizada em volta do fio de arame, para que quando pressionada altere o som do fio. Os tons se modificam conforme o músico aproxima e distancia a cabaça de seu corpo, fechando e abrindo a entrada de ar no buraco. O instrumento é tocado com o auxílio de uma baqueta (vareta para tocar o fio), um caxixi, um dobrão (segurado contra o arame). São três os tipos de berimbaus e eles diferem entre si, pelo tamanho das suas cabaças e pelo passo de som que criam. Estão dispostos a seguir de acordo com a ordem em que são tocados: gunga; primeiro a ser tocado, é o maior tipo de berimbau (cabaça maior), produz um tom baixo de som (mais grosso), e tem por objetivo marcar o toque e o ritmo, raramente executa uma virada durante a melodia. Logo em seguida, vem o médio (ou simplesmente “berimbau”, ou de centro); seu tocador é aquele que coordena o toque, dando também a senha para a saída do jogo, seu som dobra em cima do ritmo básico do gunga, possuindo tom regulado entre o grave dele e o agudo do violinha, sua afinação é mediana, permitindo que a melodia produzida torne-se o solo da música, ao seu tocador, são permitidas execuções de viradas e alguns toques de repique, desde que moderados, para não correr o risco de destoar do gunga ou abafar o viola (pois seu som é de apoio ao do gunga e base ao do violinha, sendo aquele que determina o toque que será feito na roda). Por último o viola (ou violinha); o menor dos três berimbaus produz o campo sonoro mais elevado dentre os três modelos, sua cabaça pequena é bem raspada por dentro com o intuito de ficar fina, possui o som mais agudo (é baseado ao do gunga e ao do médio ao mesmo tempo) e seu papel é o de executar as viradas e floreios dentro da melodia (faz “contratoques” e improvisos), enfeitando a música da roda.
O pandeiro é um instrumento musical de percussão. Trata-se de uma moldura arredondada feita de madeira, com pares de discos de metal no seu arredor e uma pele animal (couro) ou cabeça de plástico (nylon), podendo ser encontrado em diversos tamanhos, sendo que os de dez e doze polegadas são os mais comuns. As peles de couro animal propagam um som de melhor qualidade se comparadas às de plástico, contudo, sua afinação pode ser alterada devido a alterações climáticas; por não gerarem tal problema, as peles de nylon são mais encontradas. Para tocá-lo é requerida determinada técnica, geralmente o instrumento é segurado por uma mão enquanto a ponta dos dedos da outra, seu polegar e base são usados para criar sons na parte de cima da pele. Após o berimbau, o pandeiro é o segundo instrumento de maior dominância e relevância na arte capoeirista, sendo utilizadas duas unidades do instrumento. O som cadenciado criado pelo pandeiro acrescenta “molejo” à roda de capoeira, devido a isso, o tocador de pandeiro pode executar viradas e floreios para enfeitar a música.
Atabaques são feitos de ripas largas cortadas de madeiras como mogno, jacarandá e cedro, presas umas às outras por arcos de ferro de diâmetros diferenciados entre si, essas características geram o formato cônico-cilíndrico do instrumento - quando analisado da sua base ao seu topo. Em sua parte mais larga “travas” prendem o couro de boi bem curtido e bastante esticado à superfície. Este instrumento é responsável por marcar o ritmo das batidas ao longo do jogo. O atabaque acompanha o solo do berimbau junto ao pandeiro. Há evidências, contudo, de que o atabaque fora empregado na capoeira antes mesmo do berimbau.
Um agogô é formado geralmente por um par de cones de material metálico (podendo também ser composto por apenas um “sino” ou múltiplos “sinos”), ambos os cones são ocos e não possuem base, cada cone possui um tamanho diferente em relação ao outro (sendo normalmente um menor e outro maior), e são unidos entre si pelos seus vértices, por um arco feito de material semelhante. O som deste instrumento é extraído através de pequenas batidas feitas com uma baqueta de madeira em ambas as bocas de ferro do agogô (chamadas de campânulas), que ao vibrarem, provocam o som no instrumento, dispensando a necessidade de uma tensão. Existem diferentes tipos de agogôs como: o agogô de o, agogô de cobre, agogô de castanha do pará, agogô de coco queimado, agogô de cabaça, agogô de semente e o agogô de coco lixado.



Postado por: Bertha Jiran Flecha Ribeiro
Disponível em:

http://www.mundopercussivo.com/estudos-e-pesquisas/lista-de-instrumentos/agogo/

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